quinta-feira, 7 de julho de 2011

Solidão a dois...

 Postado por Maica Viviane Gebing Ruppenthal

Amigo leitor, amiga leitora, confesse só para mim: qual a pior solidão, a solidão de quem está sozinho ou a solidão a dois?”. É com essa frase que o caríssimo amigo Paulo Sant'Ana inicia a sua coluna da última segunda-feira, dia 04 de julho, o que me faz pensar, pensar e pensar, no quanto é triste a solidão a dois...
Segundas-feiras costumam ser promissoras e símbolo de recomeço! Adiamos para este dia o início da dieta, dos exercícios físicos, da leitura daquele livro que está há meses na cabeceira da cama, como também adiamos para este dia as decisões afetivas, aquelas que perturbam, não te deixam dormir, aquelas que te deixam na dúvida de se vai ou se fica...quem já passou por isso sabe!
Sant'Ana afirma que só há duas formas do ser humano entrar em crise: pela solidão, ou pelo relacionamento, quando este está em crise...Aquela história de “deixa pra resolver amanhã”, “na hora certa tudo se ajeita”, “deixa a vida me levar”, leva muitas pessoas a entrarem numa “deprê” e numa solidão profundas, mesmo dormindo, almoçando, jantando e vivendo diariamente acompanhadas.
Hoje mesmo um amigo meu, jovem, bonito e bem-sucedido, desabafou sobre o seu estado de refém do relacionamento que mantém há uma década com sua parceira...sim, porque quando se está infeliz, em dúvida, em conflitos eternos e diários e não se consegue tomar uma atitude, uma decisão que resolva realmente a situação, nos tornamos reféns dos nossos sentimentos. Meu amigo confessou a solidão que sente ao lado da companheira, que já não é mais tão companheira assim, mesmo estando com ela o tempo todo...o relacionamento anda em crise, ele não tem mais certeza do amor, da confiança, do respeito mas...acredite, não tem coragem de pôr um fim na relação porque tem medo de ficar sozinho, tem medo da solidão real, física, talvez pior do que a solidão mental e sentimental que vem sentindo.
O sábio Sant'Ana levanta a velha questão do “antes só do que mal acompanhado” e faz a seguinte citação: “Interessante é que a solidão leva ao relacionamento. E é também interessantíssimo que o relacionamento atire às pessoas à solidão”. Vai entender...
Quem sabe o melhor seria seguir os conselhos de Sant'Ana, que sugere folgas conjugais em momentos de dúvidas e inquietações. Cada um para um lado, casas separadas, tempo para os amigos, para inflar o ego e como um passe de mágica bate a saudade e a solidão física faz com que se procure novamente a pessoa que te fez sofrer da solidão mental.
Confuso, mas real, quem já viveu, vive, ou vai viver um relacionamento longo, de muitos anos, algumas alegrias, outras decepções e tristezas, já sentiu, sente, ou vai sentir essa solidão a dois um dia.
Relacionamentos perfeitos não existem. Uns são mais bonitinhos, outros mais conflituosos. E nessas dispersões o que todos no fundo querem e buscam, é a verdadeira felicidade, que geralmente são momentos, reflexos e detalhes que fazem toda a diferença nas nossas vidas.


3 comentários:

  1. Excelente crônica! A crise permanente entre casais é um dos males do nosso tempo. Muitas pessoas não conseguem desenvolver uma relação sincera, transparente.
    Temendo serem mal interpretadas ou perder o (a) parceiro (a) vivem um drama permanente. Um papo aberto e franco certamente evitaria sofrimento, constrangimento e perda de tempo numa relação desgastante.
    Ninguém merece sofrer. Por isso, falar sem medo pode ser uma solução eficaz!
    Parabéns pelo texto!

    GILBERTO JASPER
    Jornalista - P.Alegre/RS

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  2. Oie Maica Viviane:

    Sou Rodrigo e (também) escrevo do RS.
    A 'conheci' hoje - numa bela foto sua postada na ZH; onde até guardei.
    E a procurando no mundo virtual/vi que o LEONEL JOSÉ DE OLIVEIRA foi seu orientador _ fomos colegas há tempos (1996) numa disciplina de ESPANHOL. Mundo pequeno mesmo.
    Olhei por alto a coluna em questão (alias onde nos "encontramos"). Tens razão na parte da 2a feira. Alias um dia que para mim sempre causou mal estar (risos).
    E sucesso nas fotos.

    Tchau,
    Rodrigo O Rosa (POA)

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