Eles bebem, elas tomam o porre

“Adoro tomar todas na balada e curtir a noite. Já paguei alguma batida e até ceva pra pegar guriazinha. Mas tem mina bebendo mais que os caras. Tá ‘loco’. Vocês têm que fazer uma matéria sobre os fiascos da mulherada nas baladas”.

Recebi esse e-mail dia desses no jornal (Nova Geração) onde trabalho. Uma ótima sugestão de pauta, por sinal, apesar de ser um pouco preconceituosa: fiasco todos os gêneros fazem, ainda mais caindo nas tentações do álcool – que fique bem claro que não se trata de nenhuma apologia à bebida. O problema em questão, no entanto, é o consumo em excesso, na maioria das vezes, feito conscientemente. Somado a isso o organismo feminino que influencia nos “resultados finais”.

Relembrando as aulas de física

Resgato aqui uma polêmica levantada no meu Ensino Médio e explicada pelo então professor de Física, Luciano Inamine (lá pelo ano de 2006). “A gente bebeu a mesma coisa e ela ficou mais bêbada que eu. Não vem dizer que é porque eu peso mais, pois só tenho dois quilos a mais que ela”, reinava um dos meus colegas. A explicação que veio em seguida pelo professor tratava-se das diferenças do metabolismo deles e delas. As palavras exatas do mestre? Lembro-me muito bem da parte “gurias, bebam no máximo a metade que eles bebem”. O discurso foi mais ou menos assim:

- A mulherada tem mais gordurinhas armazenadas e menos água no corpo (comparando com os homens). Logo, o álcool é menos diluído no organismo feminino e os efeitos são maiores (explicado porque é fácil deixar elas logo bêbadas). E onde entra a parte das gordurinhas? Se a falta de água faz com que elas fiquem bêbadas mais rapidamente e com os efeitos ‘maiores’, as tais ‘inhas’ do corpo armazenam por mais tempo esse álcool.

- Os hormônios são outro fator que influencia muito nesse caso. Como a produção é oscilante no organismo, oscilante também é a forma como o corpo metaboliza o álcool, principalmente no ciclo menstrual. “Por que hoje eu vomitei se semana passada tomei a mesma bebida e tava tudo legal?”. A explicação pode estar nos hormônios.

Fica a dica para Eles e Elas: o segredo é conhecer-se e, mesmo com direitos e deveres iguais, somos diferentes química e biologicamente.